segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Madri, 14 de Fevereiro de 2012

Caro Lúcio,

Não esperava ter notícias suas ainda neste século, ainda mais com inquirimentos tão incomuns. De fato meus contatos com magis continuaram desde aquela época. Em verdade levei alguns anos até conquistar a confiança de Clarisse. Em nossos primeiros encontros eu não resisti a oportunidade de tentar dominá-la, mas parece que os poderes dela anulavam os meus; ela não disse nada a cerca desse assunto, mas sinto que ela soube da tentativa.
Me desculpe, estou de conversa fiada enquanto você lê esta carta em busca de uma resposta.
Eu conversei com Clarisse sobre o comportamento dos magis de sua cidade, e quem diria, Lúcio Alcantara Machado ocupando cargos na Camarilla, se um dia eu dissesse isso há trezentos anos, não haveria um que me acreditasse. Enfim, segundo ela; para os magos de um território se envolver com os vampiros, a situação na cidade deve estar complicada demais. Os vampiros que foram capturados devem agradecer aos magos raptores, pois não fosse a captura bem sucedida eles seriam encontrados por um grupo de magos chamado Tecnocracia.
São uma espécie de caçadores /destruidores do sobrenatural. E acredite amigo, mesmo você ou eu, com o sangue dos antigos cainitas europeus, podemos não ser páreos para eles. Assim foi como Clarisse me contou, e os olhos dela transmitiam um certo pavor sempre que falava deles.
Eu não sei o que você tinha em mente quando mencionou uma retaliação, mas seja o que for esqueça, veja esses magis como aliados poderosos contra um inimigo maior.
No mais, espero que Catarina esteja bem.
Ricardo Aguilar Munhoz

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Madri, 13 de Novembro de 2001

Clarisse,

Espero que você entenda o motivo do meu silêncio. Os anos se passaram tão de pressa que a distância entre nós deixou de ser importante. Eu sei que essas questões de tempo são relativas para você e estou escrevendo justamente por isso.
Anexei junto a esta carta uma foto da cobertura de um prédio onde estive semana passada. eu não tenho certeza se a foto é o suficiente para você, mas sabem me lembro  será.
Eu gostaria de saber o que aconteceu nesta cobertura há três anos atrás, na noite de cinco de Janeiro. Eu sei que o pedido é abusado, mas você é a única pessoa cujo relato é confiável, e aí vem o abuso do pedido: peço que registre em fita ou texto exatamente o que você conseguir ver, principalmente quem deixou o envelope no parapeito.
Se você puder me ajudar terei o prazer de lhe entregar o colar.
Sim, eu sei que ele é importante para você, por isso o tenho guardado há tantos anos. Eu não explorei os seus segredos ou deixei que o colar caísse em outras mãos, e vejo que é tempo de lhe restituir o objeto. Por favor, entre em contato, meu telefone é o mesmo; ou responda a carta no endereço do envelope. É onde estou vivendo.
Com muitas saudades,
Lorenzo