Estamos navegando num mar de horizontes incertos. A cada porto em que paramos temos novos tripulantes e eventualmente alguns ficam em terra, nós podemos ter contratempos enquanto atracados, mas os grandes problemas surgem em alto mar.
Conflitos, discordâncias, tramas sombrias ocorrem desde o convés até os dormitórios mais confortáveis.
A tempestade altera os ânimos, reúne as pessoas, muda o ritmo da viagem. Algumas pessoas entram em desespero, algo tão forte que as levam ao mar; jogam-se nas mãos do destino sem pensar bem.Foram essas pessoas que me levaram a escrever esta carta.
Eu vi quando você tentou acalmar a tripulação, e quando alguns se lançaram ao mar. Eu observei a queda com tristeza, mas sabia que era preciso dar um tempo antes de jogar a bóia.
As pessoas no mar sentem o frio, a solidão, o medo; mas também podem encontrar a calmaria que buscavam, ou quem sabe uma ilha, um novo recomeço.
E se acaso essas pessoas percebam que o navio, com todo seu caos, é mais seguro que o mar, então eu fico feliz em ajudar no resgate.
Marujo, você não tem que impedir as pessoas de saltarem, de conhecer o oceano, só precisa estar pronto para o resgate.
Atenciosamente,
O Capitão.
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